terça-feira, 12 de janeiro de 2016

CENÁRIO ATUAL DO MERCADO DE BAILES

    O cenário atual no mercado de bailes gauchescos e de bandas no sul do Brasil está muito complicado e difícil para os grupos se manterem. Me lembro de tempos mais antigos como nas décadas de 70, 80 e 90 que foram estes os anos dourados para a música gaúcha e também para vários grupos de baile que tocavam pelo sul do Brasil.
     Lembro que existia mercado para todo mundo atuar, dos grupos menores até os maiores. Grupos pequenos, médios e grandes. Hoje em dia o mercado está muito bem dividido e apenas existem os grupos pequeninos que tocam eventos que não ultrapassam o valor de R$ 1.000,00 e são casamentos, aniversários, matinés, jantares dançantes e pequenos bailes e festas juninas e os grandes grupos que fazem shows e grandiosos bailes e cobram acima de R$ 20.000,00 a cada apresentação. Pouquíssimos grupos estão conseguindo se mantem no meio termo cobrando na faixa de R$ 5.000,00 até 12.000,00 muitas vezes tem que "puxar dinheiro do bolso" para poder se manter na ativa.
     É uma pena ver que a alguns anos atrás o mercado era variado e que havia espaço para todos e que hoje o mercado está tão restrito assim. Para a cultura gaúcha isso é péssimo, pois quanto mais grupos tocando, levando a bandeira do gauchismo adiante mais a cultura se manterá viva e mais adeptos e admiradores ela terá. Uma grande vilã da cultura gauchesca está sendo a mídia, que apenas mostra a cultura de outras regiões e a cultura daqui não é valorizada, os jovens passam a gostar apenas de outros gêneros musicais e a cultura gauchesca fica de lado.
     Um pouco da culpa também delego as próprias entidades tradicionalistas em sua incapacidade de fazer com que a cultura saia para fora das porteiras dos seus CTGs, mantendo a cultura trancada a sete chaves dentro de galpão do CTG. Lembro que no ano de 2014 numa grande feira que existe na minha cidade, havia vários shows, rock, sertanejo em maioria e apenas um show gauchesco, as entidades tradicionalistas reclamavam que não havia shows, a organização da feira reclamava pela falta de público nos shows gaúchos, mas mesmo assim trouxeram um grupo gauchesco para fazer um show, não vi ninguém dos CTGs da cidade apreciando o show, mas nos shows de musica sertaneja estavam todos lá, com a mãozinha pra cima cantando junto. Ai gente boa fica difícil. Isso que na minha cidade existem 3 CTGs.
     Temos a questão da igreja que não permite que sejam mais realizados bailes e matinés nos pavilhões das comunidades, isso diminuiu em muito o número de bailes realizados.
     Esse cenário pode ser revertido, depende de todos, instituições, conjuntos, bandas, grupos, contratantes e principalmente do público, pois esse é a razão de tudo isso, não tem baile sem banda mas também não tem baile sem público. A volta desse equilibrio é crucial para que o mercado de bailes volte a ser o que era antigamente ou que fique muito melhor para todos.
   Faça a sua parte, você que gosta de música gaúcha, prestigie, curta, compartilhe, interaja, vá aos bailes principalmente, somente assim teremos um cenário de bailes muito melhor!!!!


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